Abstract
Esta tese de mestrado é uma pesquisa sobre a interacção intercultural entre os funcionários do governo moçambicano na área de saúde e os seus parceiros internacionais de desenvolvimento de saúde durante as suas reuniões conjuntas. O principal objectivo desta pesquisa é o de analisar a interacção intercultural entre os parceiros
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internacionais de desenvolvimento de saúde e os funcionários moçambicanos e com base nas minhas observações e nas entrevistas, de formular os resultados de análise, tirar conclusões, exponho questões a serem aprendidas e fazer recomendações com que possam levar a possíveis melhorias da interacção intercultural e da colaboração entre as partes envolvidas a fim de atingir uma ajuda mais eficaz.
Nesta tese, duas principais questões de pesquisa serão respondidas: 1) Como é a interacção entre os parceiros internacionais de saúde e os funcionários moçambicanos no domínio da saúde e HIV / SIDA nas suas reuniões determinada pelos factores institucionais, (inter) culturais e outros factores? E 2) Até que ponto as pessoas envolvidas consideram a sua interacção eficaz? Com o fim de responder a estas perguntas, usei a triangulação metodológica, quer dizer que eu fiz uma pesquisa teórica e colhi dados através de observar reuniões, entrevistar os participantes das mesmas e administrar os questionários escritos.
Os resultados desta pesquisa mostram que o domínio parcial duma língua não tem necessariamente uma influência negativa sobre a interacção e, ser fluente num idioma não garante automaticamente que haverá o entendimento mútuo entre si e a sua contraparte. O domínio parcial de uma língua pode ser compensado com um maior conhecimento em relação aos conceitos e à terminologia relacionados à profissão a qual é partilhada por ambas as partes e / ou ao conhecimento da estrutura institucional do Ministério da Saúde (MISAU) e as relações de poder entre os participantes envolvidos. Tanto as estruturas institucionais como a relação de poder entre os parceiros de desenvolvimento de saúde e os funcionários de saúde afectam a interacção. Embora a cultura organizacional do MISAU pareça ser a dominante, como a cooperação no sector de desenvolvimento de saúde em Moçambique tem lugar entre tantas organizações diferentes, em que todas são dependentes de outras instituições, é bastante difícil decidir o que é exactamente a cultura organizacional ou a estrutura institucional deste corpo cooperativo. As relações de poder entre as partes envolvidas são um pouco tensas, o que é parcialmente inerente à cooperação para o desenvolvimento em geral. Depende da personalidade dos indivíduos em que medida as diferentes formas de poder são utilizadas. As relações de poder, os mal-entendidos devido às diferenças culturais que estão “escondidas” no discurso e as expectativas diferentes de reuniões conjuntas e uns dos outros durante as mesmas causam tensão e questões relacionadas à confiança entre as partes envolvidas.
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